O denominado FreeSync é uma tecnologia desenvolvida pela AMD. Sim, ela mesmo, a famosa fabricante de processadores e também de placas de vídeo.
Em termos gerais, o FreeSync marca presença na maioria das telas desenvolvidas para atender o público gamer.
Portanto, seja nos monitores, televisores ou até mesmo em notebooks de alta performance, provavelmente o FreeSync está incluso.
Neste artigo, entenderemos de forma rápida o que é esse importante recurso, como funciona e finalmente qual a diferença para o seu concorrente de peso, o NVIDIA G-SYNC.
O AMD FreeSync e o NVIDIA G-SYNC são tecnologias concorrentes.
1) O que é AMD FreeSync?
Ele é um recurso desenvolvido através de uma iniciativa da AMD em padrão de código aberto, o famoso open source em inglês.
Dessa maneira, qualquer fabricante de telas pode implementar ele e ainda sem um critério específico de qualidade ou de compatibilidade.
Ademais, o FreeSync é uma tecnologia que sincroniza a taxa de atualização da tela com a da placa de vídeo, ou seja, ele diminui a diferença de frequência entre ambos dispositivos.
Desse modo, ele permite que a taxa de quadros na tela, que também são chamados de frames, seja flutuante ao invés de fixa.
Em outras palavras, temos como exemplo: Em um monitor com frequência de 60 Hz exibindo um game que alcança no máximo 50 Hz, o FreeSync vai agir e sincronizar a frequência dos dispositivos para 50 Hz ou próximo disso.
Como consequência imediata, ele impede o chamado screen tearing, que é um termo em inglês para: “tela rasgando”. Esse é um bug bem comum e causado justamente por essas diferenças de frequências.
Como funciona o FreeSync?
Em primeiro lugar, precisamos ter o entendimento de que principalmente nas cenas de ação dos games modernos, elas são renderizadas na tela com uma taxa de quadros flutuante, ou seja, que está a todo tempo oscilando.
Assim sendo, as placas de vídeo criam uma diferença enorme de oscilação, por exemplo, esses frames podem variar de 30 FPS para 60 FPS em apenas um segundo.
E como o monitor possui uma taxa de atualização de tela fixa, surge um problema de incompatibilidade com a placa de vídeo.
É aqui que mora o conflito entre os quadros dinâmicos da placa de vídeo e a taxa de atualização fixa da tela. E quando isso acontece, o resultado para o usuário é esse aqui:
Aqui temos o exemplo prático do que é o screen tearing.
Em conclusão, a tecnologia FreeSync impede o screen tearing e ainda faz com que monitores e placas de vídeo “se entendam melhor”.
O resultado, são cenas de ação na tela sem cortes, quebras e rasgos, ou seja, elas fluem normalmente e como realmente devem ser.
2) Quais os tipos de FreeSync existentes?
A AMD criou ao menos três versões diferentes de FreeSync para resolver as incompatibilidades de frames entre monitores e placas de vídeo, vamos conferir:
AMD FreeSync
- Essa é a versão “básica” da tecnologia e portanto resolve os problemas mais básicos das quebras de imagem na tela nos dispositivos intermediários.
- Baixa latência
FreeSync Premium
- Possui todas as características da versão anterior
- Consegue atender todos os monitores que oferecem taxa de atualização em 120 Hz
- Consegue trabalhar com a resolução Full HD em qualquer dispositivo e que ofereça no máximo 120 Hz de taxa de atualização.
- Compensação de baixa taxa de quadros
FreeSync Premium Pro
- Possui todas as características da versão anterior
- Atende monitores e games com tecnologia HDR
- Certificação meticulosa de cor e luminância
Logo dos 3 tipos de AMD FreeSync
Tabela de tipos existentes de FreeSync:
Em resumo, se você está procurando uma experiência de jogo suave com baixa latência, o FreeSync é suficiente.
Por outro lado, se você deseja taxas de atualização mais altas e LFC, o FreeSync Premium é uma boa opção.
Entretanto, se você quiser a melhor experiência possível e ainda com suporte para jogos HDR, o FreeSync Premium Pro é o caminho a percorrer.
Observação: É importante entender que nem todos os monitores suportam todos os tipos de FreeSync. Ao comprar um novo monitor, certifique-se de verificar as especificações para ver qual tipo de FreeSync ele suporta.
3) O que é NVIDIA G-SYNC?
Ele é exatamente a mesma tecnologia que o FreeSync, com basicamente um grande diferencial: ao contrário da AMD, o recurso da NVIDIA é em código fechado.
Desse modo, os fabricantes de tela que optarem por utilizar o G-SYNC necessitam de licença concedida pela NVIDIA. E isso normalmente encarece os custos de produção.
Além disso, a NVIDIA também exige alguns critérios de qualidade e em especial compatibilidade com suas placas de vídeo.
Eventualmente, é provável que em alguns dispositivos específicos, o G-SYNC seja um recurso mais poderoso que o FreeSync. Contudo, equipamentos de alta performance servidos com qualquer dessas tecnologias são as melhores opções.
Quais os tipos de G-SYNC existentes?
A NVIDIA colocou no mercado também pelo menos 3 versões diferentes de seu G-SYNC, vamos entender cada uma delas.
Compatível com G-SYNC (G-Sync Compatible)
São monitores que não possuem o módulo G-Sync dedicado, mas que foram validados pela NVIDIA como capazes de oferecer uma experiência aceitável com a sincronização adaptativa quando usados com placas de vídeo NVIDIA.
Eles funcionam usando o padrão Adaptive-Sync (DisplayPort) ou FreeSync (HDMI), mas a NVIDIA garante que eles atendem a um nível mínimo de qualidade. A experiência pode não ser tão perfeita quanto com o G-Sync “puro”, todavia ainda é uma grande melhoria em relação a não ter nenhuma sincronização.
G-SYNC
Essa é a versão original, que requer um módulo de hardware proprietário da NVIDIA dentro do monitor. Portanto, ele oferece a melhor experiência possível, com taxa de atualização variável completa, eliminando o chamado screen tearing (rasgos na imagem), o chamado stuttering (travamentos) e minimizando o input lag (atraso na resposta aos comandos).
Sem dúvida, os monitores com G-Sync passam por rigorosos testes de qualidade da NVIDIA.
G-SYNC Ultimate (anteriormente G-Sync HDR)
Ele representa o nível mais alto da tecnologia G-Sync. Além de todos os benefícios do G-Sync padrão, os monitores com G-Sync Ultimate oferecem recursos avançados como HDR (High Dynamic Range) com brilho intenso (geralmente 1000 nits ou mais) e ampla gama de cores.
Esses monitores também costumam ter recursos adicionais, como zonas de iluminação local (local dimming) para melhor contraste e qualidade de imagem.
Em resumo:
- Compatível com G-Sync: Boa experiência, sem hardware dedicado, mas com validação da NVIDIA.
- G-Sync: A melhor experiência, com hardware dedicado.
- G-Sync Ultimate: O ápice da tecnologia, combinando G-Sync com recursos HDR de alta qualidade.
Observação: É importante notar que, para usufruir do G-Sync, você precisa de uma placa de vídeo NVIDIA compatível. Monitores com Compatível G-Sync podem funcionar com placas AMD usando o FreeSync, entretanto os recursos G-Sync específicos só funcionarão com placas NVIDIA.
Há poucos monitores e TVs no mercado com a tecnologia G-SYNC e ainda menos com o G-Sync Ultimate.
4) O que é V-Sync?
O V-Sync é também um outro recurso, que tem como mesmo objetivo resolver o problema de screen tearing, especialmente nos games.
Ele foi criado bem antes do FreeSync da AMD e o G-SYNC da NVIDIA e por muito tempo foi a solução encontrada para os games que exigem alta performance gráfica. Afinal de contas, ele está presente em diversas placas de vídeos no mercado.
Por um lado ele é capaz de diminuir aquela diferença de frequência fixa da tela com a frequência dinâmica criada pela placa de vídeo, exatamente como já vimos nesse artigo. Por outro lado, ele aplica isso de um modo diferente.
Como funciona o V-Sync?
O V-Sync “atrasa” os frames gerados pela placa de vídeo com o intuito de sincronizar com a taxa de atualização do monitor. O problema é que isso gera uma outra consequência ruim.
Com esse trabalho da placa de vídeo sendo “reduzido” pelo V-Sync, a consequência imediata deste fato, é ela oferecer uma performance menor e portanto causar o chamado stuttering.
Traduzindo para o português o termo, significa “engasgando” ou “travando”. Desse modo, o jogo começa perder sua fluidez natural e começa travar na tela.
Por fim, tenha consciência de que um monitor ou TV de alta qualidade que oferecer o recurso FreeSync ou G-SYNC, vai de fato resolver ou ao menos reduzir os problemas de exibição na tela sem gerar nenhuma consequência.
5) O que é o recurso Adaptive Sync?
O Adaptive Sync é uma tecnologia de sincronização adaptativa desenvolvida pela VESA (Video Electronics Standards Association) que permite que a taxa de atualização de um monitor se ajuste dinamicamente à taxa de quadros (FPS) produzida por uma placa de vídeo. O objetivo principal é eliminar o screen tearing (rasgo na tela) e o stuttering (travamentos) que podem ocorrer quando essas duas taxas não estão sincronizadas.
Dessa forma, o Adaptive Sync resolve os seguintes problemas:
- Screen Tearing: Ocorre quando a placa de vídeo envia um novo quadro para o monitor antes que ele tenha terminado de exibir o quadro anterior. Isso resulta em uma divisão horizontal na imagem, como se ela estivesse “rasgada”.
- Stuttering: Acontece quando a taxa de quadros da placa de vídeo varia muito, causando uma sensação de engasgo ou travamento na imagem.
Como funciona o Adaptive Sync?
Normalmente, os monitores têm uma taxa de atualização fixa, por exemplo 60Hz, 120 Hz, 144Hz e etc. Como vimos anteriormente, o V-Sync tenta sincronizar a placa de vídeo com essa taxa fixa, contudo isso pode causar problemas de input lag (atraso na resposta aos comandos) e stuttering se o FPS cair abaixo da taxa de atualização do monitor.
O Adaptive Sync resolve esses problemas permitindo que o monitor ajuste sua taxa de atualização em tempo real para corresponder à taxa de quadros da placa de vídeo. Isso garante uma imagem mais suave e sem screen tearing, independentemente das flutuações no FPS.
Em resumo, o Adaptive Sync oferece:
- Eliminação do screen tearing: Imagens mais limpas e sem cortes.
- Redução do stuttering: Jogabilidade mais fluida e suave.
- Menor input lag em comparação com o V-Sync: Resposta mais rápida aos comandos.
A relação com as principais tecnologias:
- AMD FreeSync: O FreeSync da AMD é de fato baseado no padrão Adaptive Sync. Portanto, todo monitor com FreeSync suporta Adaptive Sync, mas nem todo monitor com Adaptive Sync tem a certificação FreeSync. Fique atento a isso!
- NVIDIA Compatível com G-Sync: A NVIDIA também suporta Adaptive Sync em suas placas de vídeo e certifica alguns monitores como “G-Sync Compatible“. Esses monitores não possuem o módulo G-Sync dedicado da NVIDIA, no entanto oferecem uma boa experiência com sincronização adaptativa quando usados com placas NVIDIA.
Vantagens do Adaptive Sync:
- Código aberto: Ao contrário do G-Sync, que exige um módulo de hardware proprietário da NVIDIA, o Adaptive Sync é um padrão aberto e gratuito, o que resulta em monitores mais acessíveis.
- Ampla compatibilidade: Funciona com placas de vídeo de diferentes fabricantes, por exemplo AMD e NVIDIA.
- O Adaptive Sync é superior ao V-Sync na maioria das situações: Ele oferece uma experiência de jogo mais suave, com menor input lag e menos stuttering.
Conclusão: O Adaptive Sync é uma tecnologia importante para melhorar a experiência de jogos e outras aplicações que exigem alta taxa de quadros. Ele oferece uma solução eficaz para eliminar o tearing e o stuttering, proporcionando uma imagem mais suave e responsiva. É a base para tecnologias como o FreeSync da AMD e é suportado pela NVIDIA em seus modelos “G-Sync Compatible”, tornando-se uma opção versátil e acessível para a maioria dos usuários.
